O fetiche é o próprio núcleo da relação com a verdade do mundo
Pripiat ou Detroit,Lagos ou Brumadinho. O subprime das bolsas,a Mudança Climática e Extinção, a Crise como modo de governo. Nossa paixão pelas imagens,fetiche erótico pela desgraça. O que há para salvar?
Chernobyl é tudo o que pode definir o atual estágio de vida-morte que este esquema de civilização engendrou. A isso chamaremos pelo nome de Ruína.
A estetização da ruína converte o real do desastre em fetiches, e a ruína contemporânea é mediada pela nossa pulsão em anotar tais registros,não como consciência da História,mas como devir de um gozo absoluto.
Na nudez do corpo contemporâneo, o encobrimento aparece como farsa,antes de converter-se numa dobra da tragédia,seja por negação ou por encobrimento.
A esta operação, o sujeito adiciona o cinismo como substância da linguagem, e esta,na ausência de um corpo da verdade,é uma esquálida paisagem em pixels na “cloud”.
O silêncio coletivo diante de uma organização de vida cujo traço são as atrocidades diárias,revela um sujeito imbecilizado por torrentes de indiferença e cinismo diário.
O mundo aperta seus último “likes” sob o signo da ruína.
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